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COMUNICAÇÃO DE SURDOS E OUVINTES POR MEIO DA LIBRAS

Um grupo de surdos se reúnem todos os sábados para jogar futsal em uma quadra de esporte particular em Campo Grande. Para eles a comunicação não é um problema, são feitos gestos, sinais e, às vezes, saem gritos para os ouvintes passarem a bola. O radiologista, Juliano Lovo, 27 anos, ouvinte, que fez curso de Libras durante um ano e meio esclarece que aprendeu o básico para se comunicar com os surdos e sempre que pode jogar com eles. “É divertido, apesar do silêncio, a bola não para de rolar e o jogo segue em frente”. Para Lovo a surdez é algo superficial, “a gente até esquece que surdez é uma deficiência, eles são capazes de fazer tudo tem uma vida normal, estudam, trabalham, criam filhos e tudo de forma independente”. 
 

O vendedor autônomo, Ricardo de Aquino, 40 anos, surdo, sempre prática futsal com os amigos ouvintes e surdos. “Trago meus filhos e sobrinhos para jogar e é difícil se comunicar com pessoas que não sabem Libras, por isso prefiro me reunir com os amigos que sabem, pois passei por várias dificuldades de comunicação e é muito ruim”.

Aquino vende chaveiros e suportes de bolsas no comércio da cidade. Ele explica que a maior dificuldade das pessoas é entender os valores. “Às vezes fazem confusão, principalmente, quando pedem desconto, se soubessem Libras seria bem melhor, não precisaria escrever em um papel”. Ele revela que fica feliz quando encontra um ouvinte que sabe Libras, isso significa que sua comunicação será clara e sem dificuldades.

O estudante Fábio Oliveira, 10 anos, ouvinte, consegue se comunicar com sua mãe que é surda, Maurícia Oliveira, 43 anos, com muita facilidade. “Aprendi Libras desde bebê, acho ela muito legal, meus pais me ensinaram e meus irmãos também aprenderam com eles”. Maurícia Oliveira acompanha seu esposo e filhos nos jogos aos finais de semana. Ela relata que nasceu surda, assim como seu marido, com quem é casada há 13 anos. “Vem de família, genética, tenho vários primos, tios, sobrinhos todos surdos

e meus três filhos são ouvintes, mas podem ter filhos surdos também”. Maurícia Oliveira conheceu seu marido ainda criança quando estudavam no Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação (Ceada), os dois fizeram os anos inicias do Ensino Fundamental juntos e concluíram o Ensino Médio em escola regular.  “Eu terminei meus estudos há dois anos, antes não existiam intérpretes nas escolas normais e era muito difícil, agora a realidade mudou, conheço muitos intérpretes que estão nas escolas trabalhando”.

Para Aquino (esquerda), o momento de lazer com os amigos surdos e ouvintes é indispensál para socialização 

Fábio Oliveira, conversa com a mãe surda em uma sequências de sinais em Libras

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