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Ela revela que o intérprete é a voz do surdo e que sempre que pode se atualiza na língua. “Eu entrei em um mundo novo, vivo em um constante aprendizado, a vivência com os surdos nos ensina muito”.

Nas salas com alunos surdos os professores ministram todas as disciplinas, inclusive língua estrangeira e os avaliam da mesma maneira que os alunos ouvintes. A aluna do 3° ano do Ensino Médio, Isabely Nunes, 17 anos, explica que nasceu surda e aprendeu a língua de sinais aos 12 anos. “Tudo ficou mais fácil, a Libras me ajudou muito, criei uma nova identidade, antes eu só fazia leitura labial, era difícil de me comunicar”.

A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED) informa que em Campo Grande há 36 escolas estaduais que possuem alunos surdos, todos são orientados pelos intérpretes de Libras. O coordenador de Políticas para a Educação Especial (Copesp), Ronaldo Rodrigues, afirma que “existem 96 alunos surdos estudando e todos são auxiliados por intérpretes de Libras, aproximadamente, 87 profissionais”.
A intérprete de Libras, Renata Rojas Sodré, 28 anos, que trabalha há oito anos em escolas estaduais acredita que a profissão surgiu da necessidade dos surdos entrarem para o mundo comunicativo dos ouvintes.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA GERA OPORTUNIDADES PARA OS SURDOS

Para a estudante de Ensino Médio, a Libras facilitou seu aprendizado significativamente

Deficiente auditivo com mestrado

O primeiro surdo a ingressar em um mestrado em Mato Grosso do Sul foi o professor de Libras, Adriano Gianotto, 32 anos, que aprendeu em casa com o pai  que a surdez não era um problema e que seus objetivos podiam ser alcançados. “Eu sempre me dediquei aos estudos, pois soube que se eu quisesse algo tinha que partir do meu esforço, por isso fiz Letras, depois pós-graduação e agora mestrado”.
No Brasil, de acordo com uma pesquisa realizada pela a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), em 2014, há 319 surdos com mestrado, 59 

doutores e dois com pós-doutorado. Para Gianotto os números ainda são pequenos, mas crescentes para a comunidade de deficientes auditivos.

Gianotto concluiu o mestrado em Desenvolvimento Local em dezembro de 2015. O professor de Libras é destaque na comunidade surda, ele afirma que enfrentou várias barreiras na universidade e ressalta que o intérprete tem o papel fundamental na sala de aula. “Para mim a comunicação foi fundamental na conclusão dos meus estudos, o intérprete em sala de aula faz toda a diferença”.

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